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Myllene Fortunato

Ampliando possibilidades


Esta é a coluna Quem Tece a Redes, um compilado das histórias de pessoas que constroem a nossa organização e que tecem todos os dias o que fazemos de melhor: ações e projetos para moradores da Maré. Conheça aqui essas histórias, trajetórias, experiências e a própria história da Redes da Maré - e como esse trabalho e os desafios enfrentados a partir da pandemia os têm transformado.

Myllene Fortunato (27), jornalista e assistente de coordenação da Casa das Mulheres da Maré é mais uma cria que tece nossa Redes da Maré! Ela morou na favela Rubens Vaz na infância e no Parque União até o ano passado. Costuma dizer que a sua trajetória começou na organização, pois como tantas jovens mareenses, foi aluna do nosso Preparatório do Ensino Médio e do Curso Pré Vestibular, garantindo acesso à ampliação de possibilidades escolares e de qualificação profissional.

Driblar dificuldades históricas é comum para muitas mulheres que vivem em favelas.

Myllene lida com essa realidade diariamente com o trabalho na Casa das Mulheres da Maré - espaço concebido pela Redes da Maré para fomentar o protagonismo das mulheres da região. “Acredito que o principal significado de trabalhar em um espaço como a Casa das Mulheres é o acolhimento que conseguimos dar para elas. Não só quando elas vêm com suas demandas no atendimento, mas também quando passam pela casa e querem apenas conversar. É saber que temos na Maré um local de troca que atua em várias frentes contribuindo para o protagonismo dessas mareenses”.

Durante a pandemia Myllene também trabalhou bem próxima de mulheres mareenses que fizeram diferença na vida de muitos. Ela fez parte da ação “Tecendo Máscaras e Cuidados” que compôs a frente de Geração de Renda da Campanha Maré diz NÃO ao Coronavírus. “Ter participado dessa frente e ter me envolvido com essas 54 costureiras da Maré, me fez ver um potencial que nem eu mesma havia percebido em mim. A pandemia nos fez mais sensíveis e passamos a ter mais cuidado com o próximo e essas mulheres me ensinaram muito com suas histórias de vida.“ Foram 54 mulheres da Maré que produziram mais de 200 mil máscaras que foram distribuídas no território.

“Não só hoje, mas sempre, a Redes é fundamental para a população mareense”. Para Myllene a organização acaba assumindo demandas como geração de renda, educação, cultura, que deveriam ser supridas no território por meio de políticas públicas específicas e neste período de pandemia isso ficou muito evidente. “Essa articulação de entrega de cestas básicas, geração de emprego para mulheres produzirem máscaras, por exemplo, foi a salvação para muitas famílias, onde em muitas delas, todas as pessoas ficaram desempregadas”.

Para o pós-pandemia, Myllene espera que possamos seguir com todo aprendizado que esse momento nos trouxe. ”Nunca levamos tão a sério o ato de cuidar de si, e principalmente, do próximo. Mesmo sabendo que dentro de uma favela é quase impossível seguir com todas as recomendações. Mas conseguimos nos reinventar.”




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