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Eliana Sousa

Impulso para contribuir com a mudança


Esta é a coluna Quem Tece a Redes, um compilado das histórias de pessoas que constroem a nossa organização e que tecem todos os dias o que fazemos de melhor: ações e projetos para moradores da Maré. Conheça aqui essas histórias, trajetórias, experiências e a própria história da Redes da Maré - e como esse trabalho e os desafios enfrentados a partir da pandemia os têm transformado.

Eliana Sousa chegou na Nova Holanda numa época em só existiam seis, das 16 favelas da Maré. Veio de Serra Branca, cidade do interior da Paraíba que vivia uma forte seca no início da década de 70, época em que a família, composta pelos pais e mais 5 irmãos, veio para a Maré em busca de condições de vida mais favoráveis. Ao chegar no Rio, nesse movimento comum a tantas famílias nordestinas, Eliana sentiu o estranhamento da nova realidade, mas percebeu questões parecidas às do Nordeste, como a falta de água, de saneamento e eletricidade.


"Um desejo de contribuir para mudar determinados cenários que a gente encontra por conta da desigualdade social”. Assim Eliana classificou o impulso que a levou a se envolver com ativismo e lutas comunitárias. Sobre a campanha ‘Maré diz NÃO ao Coronavírus’, ela conta que “quando a pandemia começou e as necessidades de distanciamento social foram colocadas, me preocupou o fato de muitas pessoas não terem condições mínimas para responder a essa demanda”.

Durante a pandemia, vindo todos os dias para dentro da campanha, Eliana acompanhou de perto uma parcela dessa população de mais de 140 mil moradores, desassistida pelo Estado. Vivenciar de perto o quanto as pessoas estavam precisando de ajuda no campo da segurança alimentar foi muito marcante para ela. Sobretudo, conhecendo mulheres que perderam seus trabalhos. “Ver que pessoas realmente estão passando fome, lidar com essas pessoas, ter que fazer escolhas, e ver que os governos não tiveram uma atuação robusta é muito cruel.”

Por outro lado, Eliana esteve com pessoas que viviam em situação de rua e que encontraram sentido para suas vidas; viu o envolvimento dos moradores que antes não se envolviam com questões sociais; percebeu o número de voluntários que apoiaram a campanha. Assim, acredita que o trabalho da Redes da Maré sai mais fortalecido desse período “pela articulação que a campanha possibilitou com algumas organizações, associações de moradores, coletivos e isso trouxe uma força importante para o trabalho.”

Para o futuro e um possível momento pós pandemia, Eliana espera que a gente consiga continuar a missão de pensar projetos estruturantes com mais experiência, clareza e engajamento. “Espero que a gente consiga manter a nossa capacidade de construir trabalhos e possibilidades juntos, de forma coletiva”.

 




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