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Maria Helena

Tecendo possibilidades


Esta é a coluna Quem Tece a Redes, um compilado das histórias de pessoas que constroem a nossa organização e que tecem todos os dias o que fazemos de melhor: ações e projetos para moradores da Maré. Conheça aqui essas histórias, trajetórias, experiências e a própria história da Redes da Maré - e como esse trabalho e os desafios enfrentados a partir da pandemia os têm transformado.

Maria Helena (33) é nordestina, assim como 25,8% dos moradores da Maré: veio da Paraíba para o Rio de Janeiro, em 2011. Chegou no Parque União para morar com os tios, buscando novas oportunidades de emprego e melhores condições de vida. Ela conheceu a Redes da Maré em 2015 a partir de um convite para fazer um sopão para frequentadores da cena de uso de crack, na Rua Flavia Farnese. Nesse mesmo ano, teve a oportunidade de iniciar o trabalho na organização colaborando com a equipe de apoio.


Em 2016, depois de fazer o Curso de Drywall da Redes da Maré, que tem como objetivo oferecer aos jovens uma qualificação técnica na área da construção civil, foi convidada para integrar a equipe da manutenção e se tornou a primeira mulher a trabalhar nessa função na organização. Com esse aprendizado e experiência, que inicialmente não estava nos planos da Helena, ela enxergou a possibilidade de trabalhar com manutenção de forma autônoma, fortalecendo outras pessoas e garantindo uma renda extra.

Helena conta que a campanha ‘Maré diz NÃO ao Coronavírus’ foi uma oportunidade de conhecer mais da Maré, porque sua rotina ficava muito restrita ao trabalho e casa: “aprendi muitas coisas e vi de perto a necessidade das pessoas que moram aqui”. Ela trabalhou na distribuição das cestas básicas e kits de higiene e de limpeza e na descarga de doações que chegavam ao Centro de Artes da Maré. "Não foram uma nem duas cenas que marcaram, foram diversas em diferentes lugares: a esperança de muitas pessoas era que a gente chegasse com orientação, ajuda.” Ela reforça que a carência das pessoas, muitas vezes, não era só financeira, mas também afetiva.

Maria Helena conta sobre pessoas que fazem parte da organização e que ela acabou considerando como parte da família ao longo desses anos, e espera continuar nessa luta junto com elas. “No meu ponto de vista, a Redes não pode parar. É um trabalho fundamental e muito importante.” O que deseja para o futuro? Que a organização cresça e se expanda para ajudar muito mais pessoas. “Falar do futuro, às vezes, é complicado em meio às coisas que estamos vivendo, mas espero que eu possa contribuir de alguma forma com esse trabalho”. A gente também espera que vocês esteja conosco!

 

 




 

 

Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 2020.

 

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