PROJETO

O projeto Maré Que Queremos reúne uma série de ações em prol da garantia dos direitos urbanos dos moradores do território, a partir de uma metodologia que envolve a incidência política a partir da identificação da inexistência ou precariedade dos serviços públicos, o levantamento dos problemas junto aos moradores, atores e organizações locais e a construção coletiva e integrada de possíveis soluções. Trata-se de um conjunto de movimentos que busca articular ações estruturantes a partir da mobilização, do envolvimento e do fortalecimento de agentes atuantes no território da Maré que impactem de modo direto na qualidade de vida dos moradores.

O Maré que Queremos trabalha com iniciativas estruturantes que caminham juntas, como:


Fórum das Associações dos Moradores (FAM)

reúne-se periodicamente, desde 2009, para debater e construir ações em prol da melhoria da qualidade de vida dos moradores da região nas mais diferentes áreas, sobretudo de política urbana, direito socioambiental, educação, saúde e segurança pública. Nestes encontros, são identificadas e debatidas as reivindicações da população local, promovendo o fortalecimento de lideranças comunitárias e iniciativas do território, aproximando-as das instituições públicas, privadas e instâncias dos diferentes níveis de governos, legitimando as reivindicações coletivas e buscando fortalecer a representatividade do território.

As reuniões, demandas e informações são sistematizadas, alinhadas entre os pares e encaminhadas aos órgãos públicos. As devolutivas e posteriores ações e respostas são acompanhadas pelo grupo para certificar se foram solucionadas.

 

A Praça Que Queremos  

contribui para que as praças de todo o território da Maré possam ser espaços confortáveis e de convívio social. Para isso, desde o início de 2022, a equipe do eixo Direitos Urbanos e Socioambientais está em fase do diagnóstico técnico identificando as praças existentes e monitorando a manutenção do local para que se possa pensar em possíveis melhorias na infraestrutura, estética e dinâmica territorial, junto aos moradores do entorno.








Brinca Maré

faz parte do projeto Azulejaria, que se propõe a realizar intervenções artísticas, com a técnica da azulejaria, no espaço urbano. Ele valoriza a cultura e os saberes locais, alinhando intervenção urbana com a questão ambiental. No momento, o Brinca Maré está sendo realizado na Praça da Paz, na Nova Holanda, onde havia um ponto de lixo. Conheça mais essa iniciativa na página da Azulejaria.





Regularização das Ruas (“Se essa rua fosse nossa”)

busca garantir o reconhecimento dentro do processo de urbanização dos espaços e territórios do Conjunto de 16 Favelas da Maré e incidir na garantia e na efetivação de uma política pública que promova o acesso, reconhecimento e regularização das comunidades. Dessa forma, é incentivada a inclusão urbana definitiva em equilíbrio com a natureza e o meio ambiente junto com projeto Maré Verde . Entenda mais sobre a importância dos nomes das ruas nessa reportagem especial do Maré de Notícias . Em julho de 2021, o Programa de Engenharia Ambiental (PEA-UFRJ) convidou a equipe do eixo para participar do seminário “Segundas Ambientais”, a partir do trabalho realizado pelo Maré Verde - Campanha Climão. Assista aqui .



Censo Maré

é uma iniciativa da Redes da Maré, realizada em parceria com o Observatório de Favelas, as 16 associações de moradores do Conjunto de Favelas da Maré e organizações sociais de outros espaços da cidade. O Censo Maré consiste em um amplo diagnóstico da realidade demográfica, sociocultural e econômica, que conta com a mobilização e participação dos mareenses em todas as fases do projeto. A ação gera publicações para produzir conhecimentos sobre o cotidiano das favelas da Maré, revelando dados e informações sobre sua população de modo a atentar para as representações e crenças distorcidas sobre quem são e como vivem os moradores e moradoras dessa região. O Censo Maré foi publicado em 2019, com dados coletados em 2013, e também proporcionou o desenvolvimento do Guia de Ruas da Maré (2014), do Censo de Empreendimentos Maré (2014) e do Se essa rua fosse nossa (2021). Todos os resultados dão suporte para a formulação de um plano de desenvolvimento sustentável para o território. Acesse todas essas publicações, aqui .



Lab Semente

busca apoiar jovens e suas iniciativas que trabalham pelo desenvolvimento territorial da Maré. A partir dessa articulação em rede e processos de formação, o que inclui oferecer formação e ferramentas para o desenvolvimento de projetos e gestão de equipes, espera-se contribuir e potencializar a autonomia de iniciativas jovens. A metodologia base dos laboratórios do Lab Semente é a troca de saberes oferecida pela Redes da Maré e as iniciativas fomentadas para que o projeto possa unir inovação social e saberes locais para que sejam efetivos e duradouros. A iniciativa é do Itaú Social com a Redes da Maré, e 20 jovens já foram beneficiados diretamente nas edições de 2020 e 2021. A última chamada foi em 2022. Conheça mais aqui .



Algumas publicações do eixo:



Foi a partir de uma formação para universitários mareenses sobre direito à cidade e moradia e a recuperação do histórico das ocupações das 16 favelas da Maré que a cartilha “Direito à Moradia na Maré” foi construída. A iniciativa busca refletir sobre os direitos sociais, especialmente o direito à moradia no contexto do território. Ela foi criada pensando nos moradores para que possamos, juntos, conhecer e reivindicar seus direitos. A publicação conta sobre a origem de cada uma das 16 favelas da Maré e também indica equipamentos públicos da área para o morador lutar pelos seus direitos.


O Marégrafia Cartografia das Artes e Artistas na Maré apoiou artistas locais e contribuiu para maior visibilidade de suas narrativas e produções durante a pandemia, por meio da chamada pública “A Maré Que Queremos 2021”. Conheça os selecionados e a trajetória de pesquisa.


Em maio de 2021, foi realizada a primeira edição do Lab Semente, em que iniciativas de jovens mareenses foram selecionadas para receber apoio e fomento a partir de mentorias durante seis meses. Em 2022, o Lab Semente deu início a sua segunda edição com previsão de término em dezembro. Conheça mais aqui.


As metodologias das ações do projeto
Maré Que Queremos envolvem produções de diagnósticos e conhecimento, mobilização e formação de diferentes grupos, coletivos, iniciativas e atores locais estratégicos na articulação de diferentes redes de parcerias, incidência política e práticas.

 

Abordar as realidades mareenses a partir de uma perspectiva de interseccionalidade implica que as políticas públicas considerem os impactos distintos que são gerados em relação ao território, classe social, etnia, meio ambiente, e que elevem o reconhecimento territorial e o direito à cidade como aspectos fundamentais que possibilitam e condicionam as práticas de desenvolvimento. 

Diante disso, são apresentadas as seguintes temáticas: participação e mobilização, informação, meio ambiente, direito à cidade, urbanismo, sustentabilidade, regularização urbana, equipamentos comunitários, sociourbano, integração ambiental, gestão comunitária. 

 



Foto 1 (acima) e 2 (abaixo): Encontro Preparatório para Conferência Popular pelo Direito à Cidade, no Galpão do Espaço Normal, em abril de 2022. Todas as propostas construídas pelos moradores no dia foram incorporadas e encaminhadas para a Conferência Popular pelo Direito à Cidade.


“O Fórum de Associação de Moradores é de muita importância, pois foi através dele que conquistamos tantas coisas para as nossas comunidades na área da saúde, educação e violação de direitos, além de uma melhor aproximação dos órgãos do Governo Estadual e Municipal.”

Pedro Francisco, presidente da AM do Conjunto Esperança e participante do Fórum há 10 anos

 

“Agora que o projeto [Convivências na cena da Flávia Farnese 500, que originou o Espaço Normal em 2018] me proporcionou esse trabalho, eu tô com a mente mais ocupada. Trabalhar ajuda aqueles que estão com vontade de mudar. Pra mim, tem sido maravilhoso, tá me fazendo mudar. A sociedade tá me vendo com outros olhares, sempre me viam pra baixo e, hoje em dia, acordo com a maior disposição, naquela expectativa do horário pra me arrumar e vir trabalhar, pra ver meus amigos e meus companheiros de serviço.” 

Paulo Ricardo Santos, ex-morador da cena de uso de crack que atua na Redes da Maré desde 2017

 


“Eu acho que foi um momento de união para todas as turmas que normalmente estão muito separadas. Todas se uniram para um bem maior que foi plantar e pintar a escola. Foi legal porque deu um ar mais vivo para a escola que antes era muito cinza e agora está mais colorida.”

Isabela - estudante do Colégio Estadual João Borges em 2018, sobre o mutirão de limpeza e plantio do projeto Maré Verde

 

“Com o Lab Semente, descobri que minha iniciativa é importante para o território e que, junto com meu parceiro, sou capaz de colocá-la para frente, de estruturá-la do início ao fim e de concorrer a editais. O Lab contribuiu também para o entendimento sobre nós, sobre o território. A partir de agora, conseguimos enxergar os pontos fortes e aqueles que merecem mais atenção da nossa iniciativa. Devemos isso ao Lab!”

Camila Silva Mendes, 29 anos, criadora do projeto Leituras na Favela e participante da turma do Lab Semente de 2021

EQUIPE DO MARÉ QUE QUEREMOS

Fórum das Associações de Moradores
Coordenadora
Shyrlei Rosendo
Pesquisador
Mauricio Dutra 
Arquiteto
Raphael Magacho
Mobilizadores e articuladores territoriais
Felipe Barcelar e Mauricio Dutra

A Praça Que Queremos
Coordenadora
Shyrlei Rosendo
Mobilizadores territoriais
Mauricio Dutra e Felipe Bacelar
Pesquisadores
Mauricio Dutra e Raphael Magacho

Brinca Maré
Coordenadora
Laura Taves
Arquiteto
Raphael Magacho
Coordenadora de eixo que acompanha o projeto
Shyrlei Rosendo

Se Essa Rua Fosse Nossa
Coordenadora
Shyrlei Rosendo
Mobilizadores territoriais
Mauricio Dutra e Felipe Bacelar
Pesquisadores
Mauricio Dutra e Raphael Magacho

Lab Semente 
Coordenadora
Mariane Rodrigues
Produtor
Felipe Bacelar
Mentores
Matheus Affonso, Kamilla Camilo e Paulo Victor
Coordenadora de eixo que acompanha o projeto
Shyrlei Rosendo

PARCEIRO APOIADOR

Itaú Social

PARCEIROS

16 Associações dos Moradores
XXX Região Administrativa - Maré
Companhia de limpeza urbana - Comlurb
Superintendência Regional - Área de Planejamento (AP) 3.1
Programa de Engenharia Ambiental (PEA) da UFRJ
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Cocozap
Clínicas e Unidades de Saúde locais



CONTATO DO MARÉ QUE QUEREMOS

E-mail: eixodusa@redesdamare.org.br
WhatsApp da Redes da Maré: (21) 99924-6462
Endereço: Rua das Rosas, 54 - Nova Holanda (10h às 17h)

 



Fotos abaixo: Reunião do Fórum de Associações de Moradores da Maré, em 2021, no Centro de Artes da Maré.

PRINCIPAIS REALIZAÇÕES

2020

Apoio à campanha “Maré diz NÃO ao Coronavírus” com a distribuição das cestas de alimentos e higiene, distribuição de máscaras e álcool em gel para 47 mil domicílios; desinfecção das mais de 1000 ruas, becos e vielas. Cerca de 25 grupos locais e atores territoriais apoiaram a campanha. | Processo de regularização dos nomes das ruas junto ao Instituto Pereira Passos, nomeando 154.

2019

Participação dos presidentes das Associações de Moradores e equipe do Eixo de Desenvolvimento Territorial (antigo nome do eixo) em quatro reuniões para a implementação do Programa Comunidade Cidade do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Realização de encontros com o poder público e lideranças locais, como a Secretaria de Obras do Estado do Rio de Janeiro, Ministério Público Federal (MPF), COMLURB, Fórum de Drogas da Maré etc. Encontros formativos sobre Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça e Política de Drogas, Saúde e Assistência para usuários.

2018

Foi constituído o Fórum das Associações de Moradores (FAM). | Início de um plano de trabalho em conjunto com a Fiocruz. | Inauguração da E.E. João Borges de Moraes e abertura da Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva (Nova Holanda). Junção de 3 clínicas da saúde com serviços especializados, frutos do trabalho de articulação do FAM. | Elaboração do projeto “CRIA”, que lançou a “Chamada Livre Juventude. Território. Direitos Humanos.” para o incentivo a ações do Dia Internacional dos Direitos Humanos (10 de dezembro). | Criação do projeto “Marés” que promoveu iniciativas voltadas para experiências socioambientais. | O projeto também recebeu convite para eventos externos: participação do Festival LivMundi, participação do Encontro de Mulheres e Agroecologia em Recife (ActionAid). | Construção de diagnóstico territorial preliminar ao Parque da Maré.

2017

Ativação e ampliação de espaços participativos com encontros no Fórum das Associações de Moradores (FAM), incluindo 12 reuniões de diálogo com o poder público, e no Fórum de Atenção e Cuidado às pessoas que usam crack, álcool e outras drogas na Maré. Criação de um polo de atendimento integrado do Espaço Normal com a rede ATENDA - Atendimento Integrado entre Equipamentos Públicos e do Território. Saiba mais aqui. | Criação de “Agenda de políticas públicas emergenciais para as 16 favelas da Maré” a partir da atualização do documento Maré que Queremos (2012), no âmbito do Fórum das Associações de Moradores (FAM). | Criação da Associação Maré Unida, que integra todas as Associações de Moradores da Maré.

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