EQUIPAMENTO

A Casa Preta da Maré surgiu em 2019 com o propósito de criar um espaço de formação teórica-metodológica e política para trabalhar as questões étnico-raciais no conjunto de 16 favelas da Maré, como forma de enfrentar o racismo estrutural que caracteriza a sociedade brasileira.


O projeto tem como perspectiva atuar na produção de conhecimento sobre questões relativas à raça e ao racismo na composição da população da Maré. Busca, ainda, pensar ações para esse público específico, com ênfase na questão racial, numa perspectiva de fomentar a incidência em políticas públicas para a população negra da Maré.


Todo mês são realizadas diversas atividades gratuitas aos mareenses que compõem essa produção de conhecimento da Casa Preta da Maré: rodas de conversa, exibição de filmes, debates, formações e aulas de campo pelo território da Maré.

 

Foto abaixo: fotos 1 e 2
Formatura da turma da Escola de Letramento Racial da Casa Preta da Maré, no Centro de Artes da Maré.

O projeto possui como objetivos principais: 


1:: Aprofundar o conhecimento sobre a população negra da Maré.
2:: Formação contínua sobre memória, racismo, branquitude, privilégios, educação, patrimônios e temas fundamentais para refletir a identidade negra brasileira.
3:: Mobilização no território: Café Preto, Cine Conceição e Corpo Negro em Movimento.
4:: Produção de conhecimento.
5:: Redes de apoio contínuo.

 

Fotos abaixo: fotos 1 e 2
Aula da turma Letramento Racial da Casa Preta no prédio da biblioteca Lima Barreto. Foto: Patrick Marinho

Cadernos Identidades e Racialidades na Maré

A Casa Preta da Maré se articula com a produção de conhecimento protagonizada por pessoas negras e indígenas, compreendendo que pautar espaços e materiais voltados para a pesquisa, ensino e reflexão contribui para a reeducação das relações raciais. Dessa forma, o eixo Arte, Cultura, Memórias e Identidades, em especial a Casa Preta da Maré, lança os Cadernos Identidades e Racialidades na Maré.

CADERNO 1

Caderno I - Práticas e experiências racializadas na Maré Este primeiro caderno tem como objetivo apresentar artigos em primeira pessoa e entrevistas realizadas por tecedores que participam da equipe da Casa Preta. O convite foi iniciar esses Cadernos a partir da reflexão de intelectuais negros que atuam na Maré e da atuação da Redes da Maré. São reflexões pautadas em práticas de educação, memória, oralidade, mobilização social e processos formativos acerca do combate ao racismo e proposição de epistemologias negras.



CADERNO 2

Caderno I I - Os Crias Originais O segundo caderno tem como objetivo apresentar artigos, ensaios fotográficos, poesias e outras produções artísticas e intelectuais de autores indígenas. O desenvolvimento desse material ocorreu de forma colaborativa com o coletivo Azuruhu, um selo artístico dedicado ao impulso de artistas indígenas, visando proporcionar autonomia e estimular a produção da arte indígena contemporânea. Foi realizada uma chamada pública para intelectuais indígenas de todo o território nacional para compor esta publicação, que se propõe a ser uma semente de um movimento necessário e permanente: o de compreender as epistemologias originárias como o cerne do pensamento social brasileiro.



CADERNO 3

Caderno I I I - Dados e Debates sobre a população negra na Maré Este caderno pretende apontar brevemente algumas pesquisas e debates que contribuem para o aprofundamento da discussão racial na Maré. Segundo o Censo Populacional da Maré, o Conjunto de Favelas tem 62,1% de moradores negros. Há uma urgência na necessidade de observar suas condições de vida e pautar políticas específicas para atender a essa população.



PRINCIPAIS PROJETOS E AÇÕES




#Corpo Negro em Movimento

Uma formação intensiva, teórica e prática, com introdução a fundamentos de danças negras. O curso parte de manifestações tradicionais e vai até as contemporâneas, através de um modelo de ensino e aprendizagem onde o corpo negro é protagonista.







#Cine Conceição  

O Cine Conceição é uma ação da Casa Preta da Maré, que, através de produtos audiovisuais, traz temáticas das relações raciais e suas implicações (racismo, identidade, etc). Seu objetivo principal é promover o fomento à cultura, memória e identidade, por meio do acesso ao lazer e ao entretenimento.







#Café Preto

A ação Café Preto tem como objetivo promover o debate de temáticas históricas e culturais ligadas às relações ético-raciais, por meio de rodas de conversa, palestras e outras atividades que provam a importância do protagonismo negro na construção de narrativas.





#Escola de Letramento Racial

O curso tem por objetivo a reeducação das relações étnico-raciais de jovens entre 16 e 29 anos, pensando no impacto do racismo no cotidiano. A formação ocorre durante cinco meses em módulos, como: História do Brasil; Raça e Racismo; História da Maré; Movimentos Negros Brasileiros; e Arte e Periferia. Os estudantes recebem uma bolsa-auxílio para ajudar com as despesas em razão da formação. A primeira edição da Escola foi realizada em 2021 com alunos da CE Professor João Borges de Moraes de modo remoto devido à pandemia. Em 2022, a segunda edição da Escola volta ao modo presencial e em 2023 ela acontece no novo prédio da Casa Preta da Maré.







#Exposição Negras Marés

A exposição Negras Marés, da Casa Preta da Maré, quebra o padrão de apresentação artística e propõe um fluxo imersivo para refletir sobre a relação entre África, Brasil e Maré, entendendo o caminho das águas como conexão do “continente mãe” e as populações negras presentes no território brasileiro e mareense.







#Roda de Conversa Sobre Racismo Religioso

Dando continuidade à tradição e preservação da memória ancestral, a Casa Preta da Maré realiza uma ação no conjunto de favelas da Maré em comemoração ao dia de São Cosme e Damião, em combate ao racismo religioso, buscando aumentar o diálogo sobre o tema e fortalecer práticas culturais faveladas.



Foto 1:
Primeiro Café Preto em julho de 2019 na Casa das Mulheres da Maré

Foto 2:
Em maio de 2022, o Ciep Hélio Smidt comemorou 30 anos e a Casa Preta realizou, no dia 13 de maio (Abolição da Escravatura), um dia de imersão dentro da escola com diversas atividades para os alunos.

"E a Casa Preta se ergue" por Pâmela Carvalho - 13.08.2021 | Maré de Notícias

 

Em 29 de julho de 2019, um grupo de tecedores da Redes da Maré se reuniu no Museu de Arte do Rio para uma formação imersiva. O objetivo era analisar os dados do Censo Maré e, a partir dele, pensar e propor ações de impacto no Conjunto de Favelas da Maré. Analisando o perfil étnico-racial apresentado pela pesquisa, um dado chamou atenção: 62,1% dos moradores da Maré se autodeclararam pretos ou pardos (os dois formam o grupo racial “negro”). É importante ressaltar que esse número pode ser maior, levando em consideração os efeitos do racismo, que fazem com que muitas pessoas negras não se reconheçam como tal. Imersos nesta reflexão e movidos por movimentos históricos realizados na Redes da Maré (como o Núcleo de Memórias e Identidades da Maré - NUMIM, os chás com as Griôs, o Seminário Tereza de Benguela e a Casa das Mulheres da Maré, um espaço de referência no território), surge uma proposta: por que não temos uma “Casa Preta” da Maré?

Entenda como o equipamento nasceu

Desde 2022, o espaço onde será a Casa Preta da Maré está em construção e as atividades vêm sendo realizadas em outros equipamentos da Redes da Maré, como o Centro de Artes da Maré e a Lona Cultural Municipal Herbert Vianna . A previsão de inauguração da Casa Preta é para o primeiro semestre de 2023.

Foto 1:
Entrega do Prêmio Marielle Franco de Direitos Humanos à Casa Preta da Maré, na Alerj, em 06/12/2022. Da esquerda para a direita: Rodrigo Almeida, Fernanda Viana, Renata Souza, Carlos André e Millena Ventura.

Foto 2:
Formatura da turma da Escola de Letramento Racial da Casa Preta da Maré, no Centro de Artes da Maré, em 2022.

EQUIPE

Coordenação: Fernanda Viana e Carlos André

Educadores: Millena Ventura e Tiago Blanc
Produtor: Rodrigo Almeida
Mobilizadores: David Alves e Ludmylla Braga

PARCEIROS APOIADORES

Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro - Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro

BTG Pactual

Banco BV 

Deloitte

Instituto Cultural Vale

Ministério da Cultura Governo Federal

PARCEIROS LOCAIS

CIEP Hélio Smidt

CIEP Samora Machel

Colégio Estadual Bahia

CIEP 326 Professor Cesar Pernetta

Escola Estadual Tenente General Napion

Colégio Estadual Professor João Borges de Moraes

Escola Municipal Ginásio Olimpíadas Rio 2016; Unidades Básicas de Saúde da Maré

Adib Jatene, Jeremias e Américo Veloso; Escola de Samba Gato de Bonsucesso

Encontro das Artes

Escola Estadual Millôr Fernandes

CONTATO DA CASA PRETA

Email: eixoarteecultura@redesdamare.org.br e Email: casapreta@redesdamare.org.br

Whatsapp da Redes da Maré: (21) 99924-6462

Endereço: Rua Sargento Silva Nunes, 1016 - Nova Holanda - Maré 

PRINCIPAIS REALIZAÇÕES

2023

Finalização da formação sobre Racismo Estrutural para tecedores da Redes da Maré com a educadora Aline Maia | Exposição Negras Marés no Centro de Artes da Maré que contou com 20 artistas e 670 visitantes | Caminhos da Maré em homenagem a Tereza de Benguela, discutindo raça e gênero através da bicicletada | Cartilha do Coração, projeto em parceria com o Eixo Direito à Saúde que contou com uma publicação e formações para profissionais de saúde sobre saúde coronária da população negra na Maré | Escola de Letramento Racial 2023, composta por 20 alunos, jovens e moradores do conjunto de 16 favelas da Maré | Evento Novembro Negro que contou com 4 atividades para o público adulto e infantil sobre valorização da negritude na Maré | Lançamento do 1º caderno da publicação “Racialidades e Identidades” com o título “Práticas e experiências racializadas na Maré” que conta com 8 textos escritos pela equipe e coordenação do projeto.

2022

Início da Escola de Letramento Racial 2022, composta por 25 alunos, jovens e moradores do conjunto de 16 favelas da Maré. | 1ª edição da roda de conversa “Me gritaram NEGRA – Interseções entre raça e gênero na Maré”, com 22 participantes, que apresentou reflexões a respeito da trajetória da mulher negra na sociedade. | Roda de conversa "Mulheridades, Direitos Reprodutivos e Saberes Ancestrais" que promoveu um momento de troca e discussão sobre os direitos reprodutivos de mulheres. | Em comemoração aos 30 anos do CIEP Hélio Smidt, a Casa Preta da Maré foi convidada a produzir e executar ações voltadas para o ensino de temáticas étnico-raciais. A ação foi realizada no dia 13 de maio, o que permitiu uma ressignificação da data.

2021

Lançamento da Casa Preta da Maré e apresentação da identidade visual. | Edições realizadas dos cursos de Quilombismo - apresentação dos fundamentos teóricos do Quilombismo, presentes na obra de Abdias do Nascimento, e discussão sobre as bases do pensamento do autor. | Edição especial do Caminhos da Maré: "Vivências de mulheres negras na Maré". que uniu mulheres da Casa Preta da Maré, da Casa das Mulheres da Maré e do Núcleo de Memória e Identidades dos Moradores da Maré (Numim), em comemoração ao Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha (25/07). | Transmissão de live no dia 27/09 para refletir sobre a ancestralidade e o combate ao racismo religioso, com a participação de Dofonitinha Cristina de Iansã, Mãe Flávia Pinto, e Pastor Cosme Felippsen e mediação de Luma Motta, no Instagram da Redes da Maré.

2019

Em julho de 2019, um grupo de tecedores da Redes da Maré se reuniu no Museu de Arte do Rio para uma formação imersiva a partir do último Censo Populacional da Maré, onde grupos de trabalho criaram propostas de impacto para o conjunto de 16 favelas da Maré. Um desses grupos analisou o perfil étnico-racial e, após uma análise de dados e reflexões, surgiu uma sugestão: “por que não temos uma “Casa Preta” da Maré?”. Foram feitas reuniões para não deixar a ideia em esquecimento que deram origem à primeira atividade da Casa Preta: o Café Preto, em agosto de 2019.

NOTÍCIAS


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