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Redes da Maré na primeira edição da Glocal Experience

Julia Bruce

A Redes da Maré participou da Glocal Experience, no último sábado (09/07), para falar sobre a pauta da urgência de saneamento nas favelas. 

 

A coordenadora do eixo Direitos Urbanos e Socioambientais, Shyrlei Rosendo, a coordenadora de projetos socioambientais do eixo, Mariane Rodrigues, e a coordenadora do eixo Arte, Cultura, Memórias e Identidades, Pâmela Carvalho, representaram a instituição na mesa: “Como as comunidades dialogam em busca de soluções para questão do acesso ao saneamento?”. Pâmela Carvalho também fez parte da curadoria nessa edição da Glocal. 

 

Um dos assuntos que marcaram a conversa foi justamente sobre a memória do saneamento básico em comunidades: “Muitas pessoas pretas e faveladas continuam convivendo com esgoto a céu aberto. De forma geral, crianças negras e de favelas tem pouquíssimas memórias de parques, praças perto de suas casas. Porém, tem várias lembranças de lixões e de valões. Um dos maiores desafios é fazer com que a sociedade como um todo, especialmente o poder público, entenda que não dá mais para a gente falar sobre questões ambientais sem ter as favelas e periferias no centro da cidade ”, ressalta Pâmela. 

 

Por outro lado, o que se tem visto com muita frequência é a criação de ações e metodologias que discutem o saneamento básico e mudanças climáticas, a partir de insatisfações e experiências dos próprios moradores, sobretudo da juventude periférica. Nesse sentido, a Redes da Maré reformulou o eixo Desenvolvimento Territorial este ano e lançou o novo eixo Direitos Urbanos e Socioambientais, justamente para envolver os moradores na construção de um plano local de desenvolvimento e ações estruturantes que impactem diretamente na qualidade de vida de quem vive na Maré. As iniciativas como o Maré Verde e a Campanha Climão são alguns exemplos.

 

Pâmela Carvalho também lembra do Parque Ecológico Cadu Barcellos, localizado na Vila do Pinheiro: “Muitas pessoas de dentro e fora da Maré não conhecem o espaço. Historicamente, a população da Maré faz um processo de mutirão de limpeza do espaço. Além disso, há também iniciativas de jovens, como a Faveleira, [criado pela Lorena Froz, que já atuou como Educadora Ambiental do curso Preparatório para o Ensino Médio da Redes da Maré], e Raízes da Mata [coletivo voltado para a conservação e uso múltiplo do Parque Ecológico da Maré]. Aqui na Maré também recolhemos a água da chuva para utilizar em outros processos, como molhar planta ou utilizar no banheiro”, relata.

 

 

“Hoje, nosso papel na Redes da Maré é tentar compreender como a ausência de saneamento básico se dá, para que no futuro possamos atuar junto com os moradores e cobrar por esse serviço”, atenta Shyrlei Rosendo.

 

O evento discutiu a temática de um futuro mais sustentável para o planeta, reuniu personalidades importantes para debater sobre este assunto fundamental. Esta foi a primeira edição do evento, que pretende ser anual. Confira a matéria completa no site do Maré de Notícias

 

Fotos por: Marcos André Pinto/Glocal Experience.

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