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Espaço Normal ganha nova sede

Julia Bruce

 

No dia 31 de agosto foi realizado o 1º Encontro Nacional de “Políticas de Drogas, Democracia e Direitos Humanos”, inaugurando a nova sede do Espaço Normal no conjunto de 16 favelas da Maré. O encontro foi organizado pela Plataforma Brasileira Sobre Políticas de Drogas e a Iniciativa Negra, da qual a Redes da Maré faz parte.

O encontro nacional é organizado em uma agenda de ações estratégicas capaz de exercer pressão social para a produção de leis e políticas públicas comprometidas com o desenvolvimento humano e social. O evento reúne pesquisadores, ativistas, empreendedores, movimentos e organizações da sociedade civil, com trabalhos dedicados à temática de Políticas de Drogas e Direitos Humanos. Na Maré, os principais objetivos foram a produção de uma visão coletiva sobre as forças, oportunidades, fraquezas e adversidades na pauta e o intercâmbio da rede com trabalhos sociais desenvolvidos pela Redes da Maré, por meio de grupos de trabalhos temáticos com apresentação dos resultados - cuidado e atenção; violência e encarceramento; e cannabis (outros).

“A agenda positiva será construída, sobretudo, a partir da mais ampla participação que conseguirmos montar com nossa rede de organizações filiadas e parceiras, onde a rearticulação de nosso campo antiproibicionista e antimanicomial é central”, informou Elivanda Canuto, coordenadora do Espaço Normal, sobre as expectativas que o encontro deixou.

 

O Espaço Normal, que atua desde maio de 2018 no território, é considerado o primeiro espaço de referência sobre drogas e saúde mental em um território de favela e favorece a criação de vínculos, diálogos, acolhimento, promoção do autocuidado e acompanhamento sócio-jurídico com pessoas em situação de rua. Com um local maior (Galpão do Espaço Normal - Rua 17 de fevereiro, 237 - Parque Maré), ele permitirá a expansão das atividades de convivência, pois é mais próximo à cena de consumo da Flávia Farnese.

“Nesse primeiro mês vamos manter a mesma rotina do antigo espaço, garantindo café, banho, uso do banheiro, ticket de almoço, oficinas e apoio da equipe com atendimento e acolhimento. Futuramente, devemos abrir para convivência e circulação livre dos usuários dentro do Galpão”, comentou Luna Arouca, coordenadora do eixo Direito à Saúde da Redes da Maré. No momento, 60 pessoas são atendidas diariamente no Espaço Normal.

Como moradora de favela, Elivanda Canuto reforçou que essa mudança do local realizou seu desejo de ver a redução de danos e ampliação de vidas através do cuidado e do afeto para outro território. “Para a Redes da Maré é a realização de um propósito que vai criar um espaço mais confortável e cheio de possibilidades de construir uma agenda positiva sobre política de drogas em um território que conhece a guerra às drogas de uma forma violenta, somente através do poder das armas do estado.”

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