Em 2022, o Brasil voltou a figurar no Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU). Algo que parecia superado, é hoje uma triste realidade: mais de 33 milhões de brasileiros simplesmente não sabem se vão comer durante o dia. Pessoas em estado de extrema pobreza, que convivem diariamente com um severo quadro de insegurança alimentar.
Nas 16 favelas da Maré, no Rio de Janeiro, a situação infelizmente não é diferente. Pelo menos 6 mil famílias do território precisam urgentemente de comida. Um direito básico, que deveria ser garantido por políticas públicas, é negado diariamente para milhares de pessoas da Maré.
Para apoiar estas famílias e garantir que elas tenham comida no prato neste final de ano, a Redes da Maré lançou a campanha Maré Sem Fome. Serão adquiridas seis mil cestas básicas com cerca de 30 itens, entre alimentos e produtos de higiene, ao custo de 260 reais cada uma.
As famílias que receberão as cestas já estão mapeadas e são acompanhadas desde o início da pandemia pela equipe social da Redes da Maré, a partir da campanha Maré Diz NÃO ao Coronavírus. Em sua maioria, famílias lideradas por mulheres (84,5%) pretas e pardas (70,6%) que têm entre 20 e 49 anos (67,3%). Mais da metade delas está desempregada – refletindo o cenário, agravado nos últimos anos, de crise econômica e aprofundamento da desigualdade social no Brasil.
Quase metade destas famílias tem uma ou mais crianças com até 6 anos de idade em casa e 16,8% possuem algum morador idoso, com mais de 60 anos. Em 49,1% dos domicílios há um morador com alguma doença crônica, como diabetes, hipertensão ou problemas respiratórios. Um quadro de vulnerabilidade extrema, que sobrepõe demandas, necessidades e violações cotidianas de direitos.
"O horizonte da Redes da Maré é contribuir para que todos os moradores da Maré façam três refeições saudáveis durante o dia e que estas famílias saiam desta situação de extrema pobreza", observa Eliana Silva, diretora da Redes da Maré. "Estamos planejando a construção de uma Cozinha Comunitária na Maré, por meio do recém-criado eixo Direito à Saúde, além de atuarmos em diferentes frentes para garantir a segurança alimentar de populações vulnerabilizadas, como pessoas em situação de rua, por exemplo. É um caminho longo, mas necessário", avalia.
As doações podem ser feitas de diferentes formas.
DOE AQUI PELO SITE.
Foto: © Patrick Marinho
