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Health situation in Rio de Janeiro worries and damages the population

A Redes de Desenvolvimento da Maré vem por meio desta carta chamar atenção para a situação da Saúde Pública na cidade do Rio de Janeiro e conclamar os representantes políticos a assumirem suas responsabilidades na garantia do acesso à saúde pública, universal e gratuita, à população carioca. Através dessa carta buscamos também prestar nossa solidariedade a todos os profissionais da área da Saúde que estão há meses vivendo sob a insegurança de perder seus empregos, em condições de trabalho precárias, e que, mesmo diante de todo o descaso da prefeitura, seguem fazendo o melhor para garantir a continuidade dos serviços.

Esse cenário se apresenta como um desfecho de uma tragédia anunciada que se arrasta desde 2018, quando um conjunto de medidas administrativas e escolhas políticas foram tomadas pelo atual governo executivo municipal, efetuando cortes de recursos e investimentos relacionados ao orçamento público da cidade destinado à Saúde, produzindo literalmente um desmonte do setor.

Demissão de mais 5 mil profissionais de saúde, principalmente nas zonas norte e oeste; extinção de equipes inteiras de NASF; constantes atrasos no repasse da verba para as OSs que administram os equipamentos, resultando em sucessivos atrasos no pagamento de salários das equipes técnicas; falta de medicamentos e insumos básicos como alimentação e materiais de limpeza, não oferecendo, portanto, condições mínimas de trabalho e higiene, impossibilitando assim a prestação de um atendimento digno da população da cidade. Por esses motivos, o ano de 2020 se mostra uma continuidade desse cenário.

A Redes da Maré, organização da sociedade civil que atua no território há mais de vinte anos, vem observando a dificuldade de acesso aos serviços de saúde. As Clínicas de Saúde da Família, o Centro de Atendimento Psicossocial e as equipes de Consultório na Rua não conseguem garantir atendimento devido ao desmonte dos serviços. Muitos profissionais saíram pela falta de condições de trabalho, e seus postos de trabalho que não foram repostos. Os profissionais que ainda continuam em serviço trabalham em escalas de greve. Além da precariedade, ainda lidam com a ausência de itens básicos.

Adoecem os moradores, sem conseguir atendimento, adoecem os trabalhadores da saúde por não conseguirem trabalhar e garantir seu futuro. Adoece toda uma comunidade que sofre com a falta de direitos básicos.

Por isso estamos ao lado dos trabalhadores da Saúde para exigir que os governantes em exercício assumam seu papel e garantam os direitos básicos à saúde dos cidadãos da Maré e de toda a cidade do Rio de Janeiro.

Tecedoras e tecedores da Redes da Maré.

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