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Redes da Maré no Ato dos Trabalhadores da Saúde Mental do Rio de Janeiro

Julia Bruce

Na última quarta-feira (20/07), a Redes da Maré participou, na Prefeitura do Rio de Janeiro, do Ato dos Trabalhadores da Saúde Mental do Rio, realizada pela Associação dos Cuidadores da Pessoa Idosa, da Saúde Mental e com Deficiência do Estado do Rio de Janeiro (Acierj) e pelo Núcleo Estadual do Rio de Janeiro do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial (NEMLA-RJ). O ato teve como objetivo chamar a atenção para as ações de privatização do Sistema Único de Saúde (SUS), a precarização do serviço e a demissão em massa dos trabalhadores da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do município do Rio de Janeiro. 

O recente lançamento do Edital 150/2022 é mais um movimento para o agravamento dessa situação. A Empresa Pública Rio Saúde agora regulamenta um processo seletivo destinado à contratação de pessoas em caráter temporário para atuar na RAPS. Esse processo também carece de transparência. Os profissionais relatam não terem acesso a qualquer informação sobre se vão seguir ou não trabalhando, ou se serão substituídos pelos profissionais que forem selecionados no concurso.

 

Usuários do Espaço Normal no Ato dos Trabalhadores da Saúde Mental do Rio de Janeiro: na luta também pelos profissionais da Maré

 

Todo esse processo afeta diretamente o trabalho das organizações da sociedade civil nos territórios e, em relação à saúde mental, o acesso de pessoas em situação de rua e que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas aos centros de atenção psicossocial. A Redes da Maré realiza o projeto Espaço Normal, que trabalha com esse público e depende do vínculo e da parceria com os órgãos públicos de saúde. 

A equipe do Espaço Normal atende, diariamente, 80 pessoas, e cada vez chegam mais. Esse desmonte desloca para outros lugares a responsabilidade do cuidado. A Redes da Maré trabalha em prol do fortalecimento de políticas públicas, e o atendimento nesses equipamentos deve ser garantido para a população. 

Cerca de 100 pessoas participaram do ato, que teve um microfone aberto a maior parte do tempo, conclamando a participação. Muitas pessoas comunicaram a importância de manter os profissionais e o quanto é preciso valorizá-los. O secretário municipal de saúde, Rodrigo Prado, que a princípio não tinha agenda, recebeu, após o evento, seis pessoas que estavam no ato. A Prefeitura do Rio anunciou que fará uma reunião no próximo dia 26/07 para avaliar as exigências.

Pela Redes da Maré, participaram do ato usuários do Espaço Normal, três Redutores de Danos do equipamento, David Cândido, Lilian Leonel e André Galdino, e profissionais do Atenda, uma ação integrada do Espaço Normal com equipamentos da área da saúde e da assistência social nas cenas de uso na Maré e no entorno.

Leia a nota da Redes da Maré em apoio aos profissionais da RAPS.

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