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Today and every day we need to fight against the violence that affects women

No Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher (10/OUT), a Redes da Maré reforça seu trabalho e compromisso em lutar pelos direitos das mulheres e criar oportunidades para o protagonismo e proteção das mulheres da região, contribuindo para melhores condições de vida. A Maré tem mais da metade de sua população formada por mulheres, grupo este que ocupa lugar de liderança histórico em movimentos sociais e lutas ligadas à infraestrutura na Maré, desde a década de 1980.

Segundo levantamento feito pela Redes da Maré, o Censo Populacional da Maré, existem 70.878 mulheres (51% da população local), sendo 22.895 meninas, de 0 a 19 anos, no conjunto de 16 favelas da Maré. Ter acesso a espaços de formações, capacitações, debates, expressões e oportunidades constroem uma rede de proteção que as mulheres precisam para viver, criar e trabalhar.

O Brasil é o 5º país mais perigoso para as mulheres, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), entre 193 países no mundo. Muitas mulheres no mundo sofrem ou já sofreram algum tipo de violência e, na Maré, não é diferente.

Para evidenciar essa realidade – e combatê-la -, a Redes da Maré vem realizando diferentes articulações, como a pesquisa feita em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Queen Mary University of London, entre 2016 e 2017.

Foram 800 entrevistas no território de favelas da Maré sobre as principais violências que se manifestam no cotidiano de mulheres e meninas da região O estudo revelou índices expressivos de violência domésticas, vivenciadas desde a infância, por parte de autores próximos à família ou mesmo seus integrantes, confirmando diversas tendências de estudos na área.

No final de 2016, criamos a Casa das Mulheres, um espaço próprio de fomento, debate e formações para as mulheres, também com atendimento sociojurídico para as mulheres da Maré, que podem estar em grupo e desenvolver seus potenciais.

As atividades oferecidas na casa de quatro andares na Rua da Paz, Parque União, se encaixam em diferentes frentes de trabalho: qualificação profissional, enfrentamento das violências contra as mulheres, atendimento sociojurídico e psicológico e a articulação territorial para a criação de uma agenda positiva nas políticas públicas para as mulheres.

A Casa tem servido também como espaço de troca com instituições locais, públicas e privadas, para construção de novas parcerias e articulações na área dos direitos das mulheres. Há ainda pesquisas e levantamentos que visam transformar em dados o cotidiano das mulheres na Maré e, assim, a médio e longo prazos, oferecer mais serviços, ajustando e qualificando as políticas específicas para elas neste território.

Dessa maneira, seguimos na busca por  potencializar as ações nesse campo,  com o intuito  de ampliar a qualidade de vida das meninas e mulheres da Maré que, além de sofrerem com a violência urbana e policial que afeta a vida dos moradores das favelas da Maré, têm o convívio com as desigualdades de gênero agravadas por essa realidade, que invisibiliza as violências sofridas e afeta o acesso a serviços básicos e também ao sistema de Justiça.

Nessa perspectiva é que acreditamos que a luta pelo fim das violências contra as mulheres deve ser diária.

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