Já são dois anos, neste 14 de março de 2020, que ocorreram os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes. Embora os executores do crime estejam presos, muitas perguntas ainda permanecem, principalmente, sobre as motivações desse crime bárbaro e quem foi o mandante.
A ausência dessas respostas angustia a família, os amigos, todos que conheceram Marielle e aqueles que defendem o Estado Democrático de Direito. Isso porque esse crime, além de cruel, é um atentado contra a democracia brasileira e contra os direitos dos cidadãos brasileiros, já que tentou calar a voz de uma mulher negra cuja história de vida e atuação parlamentar se pautaram pela defesa das pessoas que sempre tiveram seus direitos negados ou violados.
Marielle levou para o parlamento a experiência de quem cresceu e viveu na Favela da Maré, zona norte da cidade. Como moradora desse território, mulher negra e pobre, sofreu o que os quase 140 mil moradores sofrem todos os dias: racismo, pobreza, violência e a falta de políticas públicas adequadas para a educação, saúde, cultura, segurança, emprego e renda. Suas pautas prioritárias, na câmara de vereadores, giraram entorno da defesa dos direitos humanos – hoje tão atacados por governos autoritários que não respeitam a vida e os valores democráticos –, principalmente, dos direitos das mulheres, do povo negro, da comunidade LGBTQI, e dos moradores de favelas.
Com a violência do crime praticado contra Marielle e Anderson, o que se quis não foi apenas interromper sua vida, mas paralisar uma causa política que defendia os valores de uma sociedade melhor, mais humana e justa. Porém, a voz de Marielle não pode ser calada. Ela é a expressão maior da busca por justiça, igualdade e democracia e sua luta continua, a partir das milhares de mulheres que juntam suas vozes e seguem o seu exemplo.
Por tudo que foi dito, o Estado Brasileiro e, em especial o governo do estado do Rio de Janeiro, precisa esclarecer de forma definitiva quem foi o mandante (ou mandantes) dos assassinatos de Marielle e Anderson. Esse crime não pode ficar impune!
A Redes da Maré se solidariza com as famílias, amigos e admiradores de Marielle Franco e Anderson Gomes e exige que a justiça seja feita.
Tecedores da Redes da Maré.
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