Esta é a coluna Quem Tece a Redes, um compilado das histórias de pessoas que constroem a nossa organização e que tecem todos os dias o que fazemos de melhor: ações e projetos para moradores da Maré. Conheça aqui essas histórias, trajetórias, experiências e a própria história da Redes da Maré - e como esse trabalho e os desafios enfrentados a partir da pandemia os têm transformado.
A mãe do Arthur, Fernanda Viana, também foi uma importante referência na trajetória de vida e trabalho do jovem. A assistente social que atualmente coordena o polo de testagem do projeto Conexão Saúde: de olho na covid, foi aluna do Curso Pré Vestibular da Redes da Maré, e levava o filho ainda adolescente para acompanhar as aulas. Arthur também participou do Curso Preparatório para o 6º ano. Mas foi um fruto da articulação de moradores, organizações locais e associações de moradores, pelo debate e construção de caminhos pelo direito à segurança pública na Maré, o Fórum Basta de Violência Outra Maré é Possível, que viabilizou a aproximação e convite para que ele integrasse a Eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça. A mãe, Fernanda Viana, também foi a ponte para a aproximação com esse espaço de construção coletiva. “Desde então tem sido um desafio, mas principalmente uma honra poder fazer parte dos processos de luta em uma pauta tão importante”, comenta Arthur.
A partir do trabalho com o eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça, Arthur destaca a importante atuação com o trabalho na mobilização das cartas da Maré, ação que tinha como objetivo cobrar do poder judiciário do Estado do Rio de Janeiro, a retomada da Ação Civil Pública da Maré e o fortalecimento e mobilização pela ADPF 635, ou ADPF das Favelas, em 2019. “Não existem palavras para mensurar o quão é gratificante para um jovem, preto e favelado está ocupando esses espaços que interferem diretamente na vida de pessoas como eu”.
Na campanha "Maré Diz NÃO ao Coronavírus", Arthur atuou na linha de frente do Centro de Artes da Maré, local central na logística da campanha, conferindo e controlando o carregamento dos carros e de cestas básicas. Atuou também na digitação do banco de dados das famílias apoiadas, entregou cestas básicas e kits de higiene e limpeza, realizou entrevistas sociais e supervisionou a execução de pesquisas sobre o impacto da pandemia na vida dos moradores. “Foi desafiador, obviamente, nunca tínhamos atuado com a frente de segurança alimentar. Mas era gratificante saber que estávamos conseguindo alcançar famílias que antes não se viam no escopo da instituição”, comenta o jovem. Para o pós pandemia Arthur espera que a população da Maré não só consiga acessar cada vez mais as oportunidades ofertadas pela Redes da Maré, mas que consigamos estar mobilizados para demandar nossos direitos.
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