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Redes da Maré se posiciona contra as violações de direitos praticadas durante as operações policiais

A Redes da Maré vem a público chamar a atenção, mais uma vez, para a barbaridade, desrespeito e a IRRESPONSABILIDADE do Estado ao não cumprir as leis quando se trata dos direitos dos moradores das favelas da Maré.

A operação policial, que começou hoje (26/09), às 5h, tem até o momento seis mortes confirmadas, oito pessoas feridas por arma de fogo, muitos relatos de invasão de domicílio e uma mulher gravemente ferida, que foi pisoteada na saída de um evento cultural.

Por volta das 12h uma casa, na Baixa do Sapateiro, foi invadida por integrantes do grupo civil armado e o proprietário foi mantido em cárcere. Ao todo, 21 pessoas ficaram dentro da residência por cerca de 2 horas, dentre elas 6 estavam feridas. 

Os agentes de segurança pública não permitiram que os familiares acompanhassem a ação e não havia ambulância para socorrer os feridos, uma das prerrogativas da realização de operações policiais. Por conta do longo tempo para socorrer as pessoas feridas, uma delas chegou sem vida ao hospital.

Em 2022, já foram realizadas 18 operações policiais na Maré, resultando em 11 mortes e 19 feridos. Não há justificativa para a atuação racista do Estado e o tratamento é desigual a essa população. 

Não podemos nos calar diante da situação de INSEGURANÇA PÚBLICA no Rio de Janeiro, EM ESPECIAL PARA OS MORADORES DE FAVELAS E ÁREAS PERIFÉRICAS, que sofrem com o desmando, a ignorância e o preconceito que têm pautado a atuação das polícias. 

Importante dizer que o espetáculo ocorrido hoje para criar uma falsa ideia de enfrentamento das redes ilícitas e criminosas nas favelas da Maré nada mais é que a demonstração daquilo que não pode ser chamado de política pública na área de segurança pública. 

As perdas deixadas hoje pela operação, como as seis mortes e o fechamento de escolas, clínicas de família e parte do comércio não podem ficar impunes. A sociedade do Rio de Janeiro não pode acreditar que isso tudo seja natural e justificável. 

Sem justiça para todos não há Democracia!

Rio de Janeiro, 26 de setembro de 2022
Fotos: Pedro Prado

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